Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Lone Ruin é um roguelike de tiro utilizando magia, onde se utiliza os dois gatilhos para disparar seus ataques, e que se foca em seu fator replay. Desenvolvido pela Cuddle Monster Games e publicado pela Super Rare Originals, ele se encontra disponível para Nintendo Switch e PC. Esta análise foi feita na versão de Nintendo Switch do jogo.
O enredo do jogo é bem simples, nele você controla uma feiticeira exploradora sem nome que se aventura numa cidade antiga repleta de energia mágica, com o objetivo de encontrar ali um jeito de se livrar da corrupção que tomou a cidade um milénio atrás. As respostas que a personagem busca estão no centro da cidade e com isso seu objetivo é ir descendo nas ruínas solitárias para chegar lá.
Por mais simples que seja a história, sinto que faltou uma melhor explicação da premissa durante a jornada. O jogo inicia e fecha com cutscenes mostrando a protagonistas mas não apresenta diálogos ou explicações de fato do que está ocorrendo, você tenta presumir tudo pelo que vê visualmente na cena. O foco do jogo está em outro lugar, mas acho que poderia ter sido um pouco mais trabalhado esse fator.
A estrutura do jogo é bem parecido aos inúmeros roguelikes do mercado, você está em uma sala e tem que exterminar todos os inimigos dela, pegar a recompensa e depois avançar para uma próxima sala de sua escolha entre duas opções. Vale destacar que no jogo os inimigos da sala surgem em hordas que são demarcadas no canto superior direito da tela, então você consegue ter noção do quando falta ainda para limpar o local. Esses inimigos vão escalando em dificuldade e quantidade a medida que você progride no jogo, além deles derrubarem dinheiro e cura para a personagem. Existe variação mas ela não é tanta, os inimigos logo se repetem bastante e as vezes a novidade é o mesmo inimigo mais forte, contudo não considero que chegue a incomodar esse detalhe. Em salas mais inferiores existe também áreas com quedas, que não matam sua personagem direto mas causam dano caso você caia nelas.
Como dito anteriormente, a personagem com que jogamos é uma feiticeira, então para enfrentar as criaturas corrompidas na cidade ela utiliza de magias variadas. Assim que começamos a nossa tentativa no jogo podemos escolher entre 8 magias fixas, sendo 7 delas diferentes tipos de disparos mágicos, seja elemental como fogo ou raio ou simplesmente energia mágica mesmo, e uma outra que funciona como uma foice e é o ataque corpo a corpo do jogo. Sempre que começarmos uma tentativa diferente, 3 dentre essas 8 magias iniciais vão começar, de forma aleatória, com um nível de aprimoramento habilitado, o que eu achei legal para incentivar os diferentes tipos de build. A medida que você avança no jogo, novas magias ficam disponíveis através das recompensas das salas, onde o jogo te permite equipar mais duas magias diferentes.
A personagem pode dar um dash, no qual o jogo considera uma magia também, e ele e as outras magias podem ser aprimoradas a medida que se avança no jogo. Esses aprimoramentos são apenas para a sua tentativa atual, sendo resetadas sempre que se inicia uma nova tentativa. E para complementar, a personagem equipa relíquias que dão algum tipo de bonus na jogabilidade. No total podemos equipar 5 relíquias no inicio, mas esse número pode ser aumentado através de aprimoramentos. Então no total a personagem pode usar 4 magias ao máximo, sendo uma fixa (o dash), outra que você escolhe no começo e as últimas duas que você pode pegar a medida que avança nas salas.
Com tudo isso formam-se as recompensas das salas, que podem ser uma relíquia, uma magia ou cura para a personagem. Caso apareça a mesma magia/relíquia que você possui significa que você ao final da sala poderá aprimorar esta magia/relíquia em questão. Além das salas citadas, existe a sala que serve como uma loja, onde você pode gastas suas moedas em magias, relíquias ou cura também. E existem as salas dos chefes, onde após derrotá-lo você ganha algumas recompensas dentre as coisas já citadas. No total são 21 salas, sendo que 3 delas são chefes.
Além dessa camapanha, um dos diferenciais do jogo é o modo de sobrevivência, onde você deve sobreviver por 10 minutos a inúmeras hordas de inimigos, que vão ficando mais fortes e maiores a medida que o tempo passa. Nela o jogador começa com o dash e com uma magia que ele escolhe no começo entre três opções randomizadas. A medida que você derrota os inimigos na arena ele vão derrubando experiência e ao juntar uma quantidade de experiência e aumentar de nível, o jogador pode escolher entre três opções novamente, que podem ser uma magia, uma relíquia ou cura. É um modo divertido e funciona bem para diversificar o jogo.
Tanto o modo sobrevivência quanto o modo normal de jogo possuem escolhas de nível de dificuldade, que varia entre fácil, médio e difícil. Isso separa o jogo em categorias diferentes, pois cada modo de jogo tem uma tabela de lideres diferentes de acordo com o nível em que o jogador esteja jogando.
O jogo funciona como um jogo de tiro, então com o analógico direito você controla a mira da personagem, com os gatilhos e os botões superiores utiliza as magias e com o analógico esquerdo move a personagem. Como são 4 magias no total que a personagem carrega, você acaba por utilizar a parte superior do controle. E você utiliza um outro botão (o B do Switch, considerando o padrão) para interagir com objetos.
Confesso que no começo eu me bati bastante em controlar tudo ao mesmo tempo, principalmente porque joguei utilizando o modo portátil do Switch e achei o controle de mira e o uso dos botões superiores meio estranho quando feitos de forma simultânea, mas na terceira tentativa já estava acostumado a tudo e lidando bem. E caso seja da vontade do jogador, é possível customizar todos os botões. E ressalto que a experiência jogando depois com o Pro Controller foi mais satisfatória. Imagino quem possua aqueles controles maiores (como o Hori Pad) para jogar no modo portátil no Switch tenham uma experiência melhor do que eu tive.
O jogo rodou extremamente bem no Nintendo Switch, tanto em seu modo portátil quando no modo TV. Por se tratar de um jogo leve, imagino que ele funcione tranquilamente nos mais simples PC’s também. Durante minha gameplay não presenciei nenhum bug, tudo me pareceu funcionar dentro dos conformes.
Lone Ruin não revoluciona em seu gênero mas ele traz uma experiência simples, direta e divertida ao jogador. Com bons fatores de rejogabilidade, o jogo te incentiva a continuar jogando mesmo após a sua conclusão. É um jogo recomendado a quem quer um um desafio para poder jogar sem muito compromisso, seja em sessões longas ou curtas, ou até mesmo quem gosta de ficar buscando por rankings melhores entre as tabelas de lideres.
Lone Ruin
Super Rare Originals
Cuddle Monster Games
PC, Nintendo Switch