Metro Exodus tem um loading absurdamente longo, desde a transição entre capítulos, iniciação do jogo e a cada vez que o jogador morre. É frustrante e com toda essa lentidão poderia muito estragar um jogo mediano, entretanto, graças a lentidão em outros aspectos, Metro Exodus consegue ser um FPS cheio de personalidade.
Ainda que tenha muita personalidade, Metro Exodus aposta muito no comum e escorrega entre as duas maneiras mais tradicionais de se fazer um jogo de FPS. Ele utiliza da maneira antiga: tiroteio em fases lineares; e a maneira nova: mundos mais abertos, exploração e um certo nível de liberdade. Métodos que são hoje exemplos de uma evolução de hardware que permitiram sair da linearidade e dar ao jogador mapas e fases mais abertas. Já no novo jogo da franquia Metro, parecem diversos tipos de testes bem sucedidos do que os desenvolvedores poderiam fazer.
Na história do jogo, Artyon e sua equipe saem do metrô de Moscou e partem em uma viagem por diversos locais da Russia. Esses vários locais equilibram esses dois tipos de jogo, linear ou de mundo aberto. Cada um desses locais são impressionantemente únicos e carregam consigo, alguma mecânica nova. Existe até um mapa especifico que é possível usar veiculo para explorar. São diversas mecânicas, ideias e cenários que constantemente mudam, tornam o jogo fresco e quase criam um contraste com o quão ele parece fraco em orçamento.
Ainda sendo um triple A, ele não parece acompanhar o que hoje em dia é um jogo desse tamanho. Seus problemas técnicos, desde o loading a diversos bugs constantes são impossíveis de não serem percebidos. Até mesmo a atuação e animação dos personagens deixam impressão de falta de orçamento. Ainda sim, o jogo parece se forçar ao máximo em ser criativo e explorar as possibilidades que uma Rússia pós apocalíptica oferece, algo que conseguem com maestria.
Essa criatividade e a maneira de usar o apocalipse são bons exemplos da personalidade do jogo. Mesmo tendo momentos simplórios, todos os elementos já comuns na franquia, que o tornam mais burocrático e lento, funcionam muito bem. Ter que se preocupar com a energia da lanterna, ou com o filtro de ar para os locais tóxicos dão ao jogador uma tensão e preocupação a mais, dessa maneira, é fácil sentir que está “dentro do jogo”, tudo isso sem deixar de ser divertido.
Outro elemento entregue em Metro Exodus que aumenta esse sentimento é seu visual e áudio. Dos monstros até cenários mais simples, tudo no jogo parece extremamente bem pensado. É uma compensação absurda pro quão tecnicamente pobre ele é. A criatividade nos locais, o silêncio e o barulho em diversos momentos. Tudo isso parece ter sido feito com cuidado e consegue puxar o jogador ainda mais para o seu mundo.
Graças a essa personalidade e criatividade, o game é um FPS que merece total atenção. Ele não é perfeito, e seus problemas estão escancarados para qualquer um ver. Ainda sim, com um pouco de paciência e sabendo apreciar o silêncio de seu mundo, Metro Exodus é um excelente jogo.