Mini-Crítica: The Legend of Legacy: HD Remastered

Escrito por Pedro Ladino
Crítica

Uma das coisas que passei a apreciar ao longo dos anos foi obras ruins, independente da mídia. São obras que ainda possuem algum valor, como uma espécie de entretenimento (inclusive participo de um podcast dedicado à animes de qualidade duvidosa), mas eu traço a linha quando um produto é apenas chato.

Acho que desde que comecei essa minha jornada pelos jogos FuRyu, essa foi a primeira vez que eu simplesmente não consegui aguentar um jogo, e olha que eu joguei Unchained Blades, um puro dungeon crawler, gênero que não gosto, mas que ao menos tinha algo ali que me manteve no jogo. Já com The Legend of Legacy: HD Remastered, foi ao contrário, eu contava os minutos para essa tortura acabar.

Um sucessor espiritual de SaGa

Assim como outros jogos da publicadora, The Legend of Legacy mantém o modus operandi da FuRyu de trazer membros de jogos icônicos e criar uma espécie de sucessor espiritual para eles, é algo que acontece até os dias de hoje, inclusive.

O escolhido da vez, no caso 2015, pois estamos falando da versão remasterizada do jogo que saiu para 3DS, foi realizar um sucessor espiritual de SaGa. Entre a equipe de desenvolvimento temos vários nomes conhecidos que participaram da franquia da Square Enix no passado (e futuro), como a Deusa Tomomi Kobayashi, fazendo ilustrações, Kyoji Koizumi como game designer e Masashi Hamauzu na trilha-sonora, que é provavelmente a única coisa que se salva nesse jogo. Nos roteiros (se é que tem algum), temos Masato Kato, que trabalhou em inúmeros clássicos dos videogames, como Chrono Trigger e Xenogears, ainda que esse último ele não tenha sido o roteirista principal.

Em The Legend of Legacy você basicamente escolhe entre sete personagens, cada um com sua motivação, e sai para explorar o mundo de Avalon. Cada um desses personagens tem mais ou menos um objetivo já definido ao ser escolhido. Serei sincero e dizer que apenas lembro da menina que tem amnésia, nem dos nomes dos personagens eu fiz questão de tentar lembrar. O jogo quase não possui história e quando tem é a coisa mais básica possível, nada aqui é memorável. Eu escolhi o sapo como personagem inicial e do começo ao fim nada muda. 

Ao terminar os sete finais, você libera uma cena secreta e é isso. Mas sinceramente não aguentei até lá e parei de jogar assim que peguei o primeiro final. Provavelmente se o jogo tivesse uma história minimamente engajante, mesmo que no final seja ruim, teria continuado.

Certamente a parte que mais me angustiou foi o combate

Como disse, é baseado em SaGa, eu não joguei nenhum SaGa ainda, mas joguei Final Fantasy II, que é o predecessor dele. Então eu meio que sabia o que esperar, mas não imaginava que seria tão chato. Por 90% do jogo você não terá nenhuma estratégia a não ser apertar X até a batalha acabar, os outros 10% é o jogo te sacaneando com picos de dificuldade que vem do nada. Não é divertido batalhar nesse jogo.

Assim como em FF2, o seu personagem não upa, e sim seus status e habilidades. Então quanto mais você usa determinada habilidade, além dela upar, ela pode eventualmente gerar uma outra habilidade. Um ataque pode gerar outro ataque, a defesa, outro tipo de habilidade defensiva, e por ai vai.  Nisso você também tem os elementals, que você coleta durante o primeiro ato do jogo, ao assinar um contrato com eles, você ganha bônus nas batalhas, como recuperação de HP e AP. Mas isso meio que não vale de nada por grande parte do gameplay.

Para não parecer que nada presta nesse jogo além da música, a ambientação das dungeons e os modelos dos personagens são legais, os assets dos cenários sendo erguidos conforme você vai explorando dão um toque bem legal e a gimmick de preencher o mapa e vender depois me apetece bastante. Poder mudar o tipo de arma que seu personagem utiliza também é ótimo, eu odeio quando tenho que jogar apenas com uma arma fixada e tenho que recomeçar o jogo para poder testar alguma outra.

The Legend of Legacy: HD Remastered comete o maior crime que qualquer obra audiovisual pode cometer: o crime de ser chato. Talvez ele encontre um público para ele, em especial, os jogadores de SaGa, mas comigo, não bateu.

Nome do jogo:

The Legend of Legacy: HD Remastered

Publisher:

FuRyu, NIS America

Desenvolvedora:

Cattle Call, FuRyu

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch

Nota: 3

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge