Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Monster Hunter Rise é o jogo que finalmente me fisgou pra série. Eu conheço Monster Hunter desde o Freedom 2 de PSP e joguei quase todos os títulos que vieram depois, mas nenhum conseguiu me deixar mais engajado por mais de vinte horas. Isso acontece porque Monster Hunter sempre foi uma série um tanto densa. Há vários sistemas que ao mesmo tempo que fazem parte do charme, acabavam cansando, e somando com o grind pra pegar algumas armas e armaduras que queria, sentia que era um jogo lento demais para mim.
Bem, Rise simplificou e deixou diversas coisas mais triviais, me dando uma sensação de progresso melhor e me prendendo no jogo, e com suas simplificações eu pude experimentar e arriscar mais. Veja bem, trocar de armas em títulos antigos depois de um certo ponto me parecia algo muito impensável, já aqui eu brinquei com todas as armas até achar as minhas duas favoritas para ser meu foco.
Porém, essa simplificação veio com um preço. Monster Hunter Rise é um jogo no qual só me senti desafiado em algumas missões especificas. Num geral, sabendo o que estava fazendo era garantia de vitória, o que me fez (após 70 horas) deixar o jogo de lado durante muitos meses.
Quando a expansão chegou, fui revisitar meu velho amigo, levemente enferrujado com as mecânicas mas confiante… E essa confiança foi massacrada pouco tempo depois ao morrer em dois golpes pelo monstro que estava caçando. A expansão Sunbreak é o Master Rank do jogo, um modo difícil que realmente exige precisa boa preparação e domínio das mecânicas. Não é a toa que você só pode libera-lo quando terminar o jogo principal. Jogar Sunbreak me fez repensar em como uso minhas armas principais e ficar mais atento em suas características únicas.
Ainda que haja a opção de jogar multiplayer para aliviar as coisas, o jogo ainda se mantém desafiador e muito punitivo com imprudências. No fim joguei tanto sozinho quanto multiplayer com desconhecidos (principalmente para farmar itens), e foram ambas experiências prazerosas.
Além da dificuldade elevada, Sunbreak é uma expansão gigantesca. É quase um jogo novo dentro do original. Temos novos monstros que pegam uma estética de criaturas de terror clássico (como vampiro e o monstro de Frankenstein). Estes monstros principais que girarão em torno da nova campanha, que pode durar mais de 30 horas. Inclusive, essa nova campanha não se passa na região de Kamura do jogo original, aqui você irá para Elgado, uma cidade porto com estética europeia. Além dos monstros novos, temos vários monstros de outros jogos que retornam e mapas novos para caçar.
Mesmo se você chegar no conteúdo da expansão e não se sentir preparado para o Master Rank, ela te traz alguns conteúdos que podem ser aproveitados na campanha original. A principal é que com a expansão você pode equipar dois sets de habilidades com a arma que você usa. No jogo base, você escolhia habilidades únicas para sua arma para uma caçada. Agora você pode escolher dois sets e trocar durante a missão, aumentando muito a variedade de combos e estratégias. A forma com que uso arco e flecha mudou muito com essa possibilidade.
Sunbreak é uma expansão pensada para quem já dedicou muitas horas em Monster Hunter Rise e da conteúdos extras o suficiente para justificar a compra. O único empecilho real é o preço, que é quase o de um jogo novo.
Com a quantidade de conteúdo adicional, da até pra considerar que de fato é um jogo novo, mas jogos são caros, então é algo a se considerar. Ao mesmo tempo que consigo enxergar alguém que só tem o jogo base e está plenamente satisfeito sem nenhum conteúdo adicional, se você terminou o jogo base, fez toda a história do High Rank e sentiu que quer ainda mais coisas, Sunbreak tem muito o que lhe oferecer.
Monster Hunter Rise: Sunbreak
Capcom
PC, Nintendo Switch