Além da ala indie, a BGS sempre conta com jogos grandes (em escala de marketing e recursos monetários) nos estandes mais destacados pelo evento. Como dito nas impressões gerais, este ano não foi particularmente cheio de novidades do AA e AAA da indústria, já que alguns estandes fizeram certa falta (como o da Ubisoft, Playstation ou Xbox), mas ainda tem títulos dignos de nota, então vamos dar nossas impressões sobre o que jogamos. Tal qual no texto de jogos indies, esse texto terá impressões conjuntas, quando um parágrafo for meu (Jean) marcarei com um J, Megazao será marcado com um M e Angelus com um A
J: Após achar o jogo escondido no estande da Samsung, enfim fui bem gratificado com Dynasty Warriors Origins, que é um jogo bem bom.
Gosto de Musou mas não sou o entusiasta que conhece de cabo a rabo suas franquias principais, joguei muito pouco Dynasty Warriors e menos do que gostaria de Sengoku Basara. Se não me engano, meu último contato com Dynasty Warriors foi com o 7, a mais de uma década atrás.
Isso tudo pra dizer que jogar o Origins me deixou atiçado para ficar em dia com a franquia. O jogo está surpreendentemente bonito, enfrentar as hordas de inimigos está gostoso e os golpes chamativos empolgam. O fator estratégico do jogo também é um ponto legal que faz a coisa não ficar “braindead”. Dominar áreas e vencer generais inimigos da uma boa sensação na fantasia de poder.
Dito isso, joguei no mouse e teclado e definitivamente esse jogo não foi feito para tal, joguem num controle pelo amor de deus.
A: Minha experiência com musous também é bem limitada, com os únicos que eu joguei até então sendo algum spin-off, como Dragon Quest Heroes e Hyrule Warriors. Mas uma das coisas que eu ouvi é que a Koei Tecmo está trabalhando em fazer do Dynasty Warriors: Origins um verdadeiro “retorno” à fórmula. Não tem muito o que falar, o combate é muito gostoso e existe uma severa satisfação em ver “600 K.O.” aparecer na tela e você falar um “Caraca, matei 600?”. Dito isso, pelo amor de deus, não joguem no teclado e mouse. Eu sei que o Jean já falou isso, mas acho que merece ser repetido, de tão ruim que foi minha experiência. Minha mão ficou parecendo um polvo com umas posições muito esquisitas.
M: Depois de se perder um pouco buscando atender demandas de mercado ao invés das do público com Dynasty Warriors 9, a Koei Tecmo parece estar de volta no caminho certo com Origins. O jogo é bem mais próximo da fórmula clássica da série, ao mesmo tempo que introduz mecânicas novas que parecem no mínimo condizentes com a estrutura do jogo. A versão de PC estava particularmente bonita, algo pelo qual esses jogos nunca foram muito conhecidos, e foi a primeira vez em algum tempo que eu fiquei impressionado com a quantidade de personagens em uma tela. Minha única preocupação ainda é o fato de você ser um personagem “espectador” na história dos três reinos, mas isso infelizmente não pode ser sanado por uma mera demo. Ah, e caso precise ser dito mais uma vez, que ideia de jerico colocarem um jogo desse pra ser testado com teclado e mouse hein?
J: Eu fui jogar essa demo sabendo exatamente o que esperar e recebi o que queria: Like a Dragon com combate de ação funcionando legal, minigames divertidos e cantar novamente 24-Hours Cinderella com Majima. Não faz nem um ano que joguei Infinite Wealth, mas revisitar o Hawaii foi bem divertido. A sensação de familiaridade com o cenário é bem gostosa.
Não tem muito o que falar da demo desse jogo, é um daqueles jogos que quem quer ele, já sabe que quer. (Eu com certeza quero)
A: Sinceramente, eu joguei quase que nenhum jogo da série Yakuza (um pecado que eu sei que devo corrigir imediatamente), mas se tem uma coisa que eu tive que fazer após pegar o controle para esse demo do Majima foi o karaokê, uma das coisas que eu acho que são muito icônicas nos jogos do Yakuza. É preciso falar que como eu sou semi-fluente em japonês, eu dei muita risada nas músicas, pois eu conseguia entender o que o Majima tava falando, e honestamente, eu me diverti muito, apesar do jogo ser bem rígido para conseguir um top 1. E sim, eu conversei com o Jean logo após, e a música que mais me fez rir é 24-Hours Cinderella, uma música que, segundo ele, é tão icônica quanto o próprio Majima.
M: É um jogo em que você joga com o Majima de pirata. Se você tinha qualquer dúvida baseado nessa premissa, é porque você não jogou Yakuza o suficiente.
J: Minha experiência com esse tipo de jogo é bem branda, joguei Diablo 2 quando adolescente, pouquíssimo do 3 e nunca toquei em Path of Exile. Dito isso, Path of Exile 2 me soou uma boa porta de entrada. Comecei o jogo sem muitas pretensões e sai numa legítima vontade de jogá-lo assim que sua versão completa estiver disponível. A demo era literalmente o começo do jogo, então não foi possível ver tanto as complexidades e nuances que o combate terá. O que deu pra ver é que o jogo tá fluindo bem e tá tudo bem bonito. Joguei multiplayer como feiticeira e depois de 15 minutos troquei de controle pra testar a personagem patrulheira, e, provavelmente porque não prestei atenção na tela do meu amigo no começo quando ele estava de patrulheira, não entendi bem como as skills dele funcionam. Pelo pouco que vi, senti que as classes são bem variadas e fiquei com vontade de testar várias ao longo do jogo.
A: A princípio, Path of Exile 2 é um jogo que definitivamente não é a minha cara. O art style dele que honestamente me lembra muito o Diablo, e apesar de eu entender que o objetivo é fazer ele separado do Path of Exile 1, fiquei com muitas dúvidas em relação ao lore dele. Durante toda a gameplay, eu só fiquei pensando tipo “isso é coisa que aconteceu no Path of Exile 1 ou já ou é uma timeline diferente”? Isso não ficou claro pra mim. Alguém precisaria talvez me resumir ou um veterano terá que falar “olha, é uma história completamente diferente, confia” para que eu possa realmente aproveitar.
Agora, que Path of Exile 2 é um jogo interessante, eu acho que ele é. A gente jogou o modo “co-op de sofá” onde cada um tem seu inventário, mas o P2 não pode sair muito longe do P1, e eu escolhi o mercenário e apesar de eles não darem um tutorial próprio para a classe, eventualmente eu saquei e descobri como que joga bem rapidamente. Apesar que eu achei um pouco chato a bruxa que o Jean escolheu ficava repetindo “INCINERATE!”, mas isso é só algo de leve.
J: Amo os jogos da Jackbox, são excelentes jogos pra se jogar com visitas, levar em confraternizações e algo que até quem não gosta de videogame tem facilidade de gostar bastante. Dito isso, a experiência com Survey Scramble na BGS não foi das melhores e suspeito que seja por dois motivos:
Primeiro que esse jogo em específico é sobre achar palavras e termos feitos em pesquisas, e como o jogo ainda não saiu, a base de dados ainda não está tão robusta.
O segundo motivo é que eu jogo Jackbox de forma agressiva, vulgar e às vezes autodepreciativa e na BGS o filtro família estava ligado, então muitas palavras que coloquei ali não foram aceitas. Quero testar o jogo em casa, com o meu pessoal sem filtros para ver como é a experiência.
A: Jogando o Survey Scramble na BGS só me provou que o jogo tem um potencial infinito, pois naquela hora, só tínhamos 218 respostas, e não era difícil você chegar num momento em que você basicamente não pontuava mesmo após adivinhar umas 8 ou 9 palavras. Porém, é capaz que durante a semana de lançamento, teremos muito mais respostas, talvez na casa dos 100 mil, dependendo da popularidade do jogo. Além disso, os enunciados foram escritos daquele jeitinho “Jackbox”, com enunciados exclusivos para cada língua, e claro, com respostas diferentes. Também quero muito testar essa retirada do filtro family-friendly para ver se é um jogo interessante para streamers em geral.
J: Eu queria ter conseguido jogar mais desse jogo para pegar mais personagens e mais nuances dos que me interessei mais (Preecha potencialmente seria minha main nesse jogo). Mas olha, é um dos jogos mais estilosos e bonitos da SNK nos últimos anos, que não estava exatamente em sua melhor fase. Os sistemas de Just Defend, de ter uma barra no HP que libera comando especial tal qual Garou: Mark of the Wolves tá do jeitinho que estava antes. Diria que se você tem saudades de Garou, isso aqui é exatamente o que você procura.
A: Foram apenas 10 minutos de jogo, mas fico surpreso o quão bonito esse novo Fatal Fury está. Eu já sou um grande fã do estilo de arte de cel-shading. Agora, mesmo com um caderno na minha frente explicando todos os controles, eu fiquei bem perdido, e acabei perdendo a maioria das vezes. Havia um bug engraçado também em que os inputs do jogo estavam mostrando os ícones de PlayStation, apesar do controle conectado ser do XBOX. Mas eu fiquei até que interessado, e irei acompanhar mais sobre o jogo até o lançamento.
J: Também gostaria de ter jogado mais, mas pelas impressões que tive na única partida que joguei, é um jogo de luta bem promissor. Ele é um tag team que funciona bem aos moldes do que já conhecemos, e apesar de não ser tão visualmente chamativo como outros jogos da Arc System Works, tudo aqui flui muito bem e é bem responsivo.
A: Quando o assunto é jogos de luta, eu sou totalmente aquele jogador que só aperta o botão e cruza os dedos pra ganhar. Mas mesmo assim, consegui ganhar minha luta no Hunter x Hunter: Nen Impact, pois ele oferece um esquema de controles que ajuda até os completos “noobs” como eu conseguir ter uma chance de ganhar. Mas é só uma questão de tempo até que os veteranos achem um combo ultra-mega power que destrói tudo e todos.
J: To louco pra jogar esse jogo assim que puder, os minigames estão divertidos e bem variados no que pudemos jogar. É Mario Party do jeito que você espera e do jeito que gosta (ao menos na parte dos minigames).
Ajuda a me enviesar positivamente ter lido sobre o jogo completo e ele parecer ser o Mario Party mais completo já concebido (e de uma forma positiva).
A: Foram apenas 3 jogos que podiam ser jogados, mas já tenho a sensação de que o Mario Party que estávamos esperando após as muitas ideias horrendas da NDcube basicamente tornarem a série uma lástima (ainda não me recuperei psicologicamente do carrinho do Mario Party 9 e Mario Party 10). E além disso, esse é o segundo Mario Party que recebemos com tradução em PT-BR, uma coisa que eu espero que a Nintendo continue fazendo.
A: Meu conhecimento de Double Dragon vem somente do meu pai, que inclusive, assistiu um filme (terrível, por sinal, ele implora que ninguém assista isso) que eu sequer sabia que existia. Mas mesmo assim, fiquei muito interessado quando vi que uma demo estaria na BGS. Afinal, até então, só tínhamos um teaser trailer, e nem sequer um período de lançamento. Eu até gostei, mas não sei se era um problema comigo em específico, mas me parecia que o jogo estava rodando em um PC com tudo no baixo. Talvez seja algo que será aprimorado em futuras demos.
M: Eu nunca gostei de jogos beat’em up por uma particularidade recorrente: eu tenho muita dificuldade de julgar se vou acertar o inimigo com meus golpes. Acho que para além da minha dificuldade com esse reconhecimento de colisões, muitos jogos são realmente ruins em mostrar que elas podem/vão acontecer. Por isso, imagine minha surpresa quando joguei Double Dragon: Revive e me senti muito capaz de medir minha proximidade em relação aos inimigos e me diverti bastante com ele. Devido à minha falta de experiência, eu não consigo avaliar aspectos muito profundos da qualidade desse remake, mas só de ter me divertido bastante com um jogo desse gênero eu já fiquei bem impressionado.
A: Fairy Tail é um anime que eu até hoje não consegui terminar de assistir, mas pelo menos a parte em que se passa o RPG do Fairy Tail 2 eu já sabia do que se tratava. E é bom, até. Mas ai que mora o problema, na minha opinião. Se você nunca assistiu o anime, ou leu o mangá, passe bem longe do Fairy Tail 2. Logo de cara, ele joga spoilers do começo do anime à torta e a direita. Tudo bem que isso faz sentido, sendo uma sequência, mas mesmo assim, aconselho você usar o tempo que temos até seu lançamento para então conseguir entender bem a história.