O primeiro console portátil da família Playstation completou 16 anos no ocidente neste mês de março. Dessa forma, decidimos criar uma lista com os melhores jogos do PSP. Na época de seu lançamento, o console tinha destaque por ser um portátil mais poderoso que o concorrente da Nintendo, o DS. Além disso, o PSP era capaz de ler arquivos MP3 e MP4. Hoje em dia parece bobeira, mas quinze anos atrás ouvir música e ver vídeos no seu console portátil parecia uma boa ideia.
A biblioteca de jogos do PSP não é gigantesca como a do Nintendo DS, mas possui ótimos jogos que ainda hoje valem a pena serem revisitados. Durante uma conversa, nós do Gamelodge decidimos fazer uma lista contendo os 10 jogos favoritos para os membros do site. Sem mais enrolações, vamos direto pra lista.
Pra começar eu irei ser sincero contigo, Crisis Core é um jogo ruim. “Mas se esse jogo é ruim porque ele está num top 10?” Bem, por mais que eu não goste da maioria das decisões deste jogo, ele é um dos jogos mais importantes do PSP e acerta bem em vários pontos. Muita gente quando pensa no console imediatamente pensa neste jogo.
Crisis Core: Final Fantasy VII é uma prequel do jogo original contando a história de Zack, um personagem importante na história em seus tempos como Soldier. Se você conhece a história de Final Fantasy VII original você já sabe como este jogo vai terminar, e o jogo sabe disso. Aproveitando o conhecimento que temos do jogo original, Crisis Core trabalha certos aspectos que pega qualquer um na emoção e nos entrega um final magnifico. As cutscenes do jogo são muito boas e envelheceram bem e ao longo dele temos trechos genuinamente emocionantes. Contudo, Crisis Core não é bom. Dai você me pergunta “Mas por que esse jogo é ruim?” E eu tenho algumas respostas pra você.
A primeira é que o sistema de batalha que mistura Action RPG com Pachinko é uma ideia merda que não funciona. O jogo trabalha muito bem em cima do Final Fantasy VII original mas falha em quase todo conteúdo de história novo que cria. Há uma forçada de barra para criar personagens com um vínculo de amizade com Sephiroth e é tudo meio forçado e esquisito também. Enfim, se você tem carinho pelo jogo original, tem coisas para se aproveitar aqui, mas venha com expectativas no lugar certo.
Ok, talvez a presença de Ao no Kiseki seja uma trapaça. Esse é o único jogo da lista que não está oficialmente localizado no ocidente, mas é um dos jogos favoritos da vida de Pedro Ladino, um dos editores do site. Ladino jamais seria feliz numa realidade onde Ao no Kiseki estivesse fora dessa lista de melhores jogos para PSP. Para preservar o sorriso do nosso editor listamos o jogo. Aliás, recomendamos que você jogue os jogos da franquia Legend of Heroes, especificamente a franquia Trails.
Todos os jogos da franquia Ys no PSP são ótimos. Ys Seven poderia estar nesta lista? Poderia, além de ser um jogo muito bom, tem a importância de ser o que estabeleceu as mecânicas da franquia seguidas até hoje. Porém, Ys Oath in Felghana é o melhor jogo disponível no PSP da franquia. Afinal, tudo nele é o ponto mais alto de Ys que está disponível no console. A trilha sonora é maravilhosa, os gráficos envelheceram muito bem e é um jogo bem rápido e gostoso de se jogar. Ys é uma franquia muito divertida e acessível hoje em dia, e Oath in Felghana é um bom ponto para se começar.
É um tanto impressionante ver o que Peace Walker consegue fazer num console como o PSP. Eu diria que ele não é apenas um excelente jogo do aparelho, mas também é um dos melhores da franquia Metal Gear. Ele tem várias mecânicas pensadas num portátil mas que funcionam de maneira tão legal que foram transportadas para Metal Gear V. Peace Walker é um jogo segmentado em pequenas missões, o que acaba funcionando bem para jogar num console portátil. A história tem uns problemas mas no fim das contas é bem genuína e carismática.
Se Crisis Core que é um jogo meio ruim entrou na lista por ser uma das caras do PSP, obviamente Patapon precisa estar aqui. Eu adoro Patapon e ele é a cara do PSP.
Patapon é um jogo rítmico de estratégia onde você é controla criaturinhas carismáticas através de batuques.
Patapons são criaturinhas que vivem e sobrevivem através de ritmos, e você é o responsável pelo ritmo do combate. Cada botão de face representa um som :”Pon”, “Pata”, “Don” e “Chacka”. Cada sequência rítmica funciona para realizar um comando para estas criaturas. Por exemplo: “Pata Pata Pata Pon” significa que você quer que os Patapons avancem, “Chacka Chacka Pata Pon”, significa que você quer que elas entrem na defensiva e “Pon Pon Pata Pon” significa que você quer que as criaturas ataquem de forma mais ofensiva. Todos esses comandos deverão ser feitos num ritmo certo e o desafio do jogo é coordenar as criaturas em suas caçadas. A princípio parece muito complicado, mas quando você pega o jeito entra num transe e tudo começa a fluir. O jogo é bem desafiador e exige que você preste bastante atenção no que está fazendo.
A série foi se tornando progressivamente mais complexa e particularmente prefiro o equilíbrio do segundo jogo (apesar do grinding), mas os outros dois também são legais. O primeiro é gostoso, curto e simples, mas acredito que as coisas brilhem mesmo no segundo jogo da franquia. Patapon 2 adiciona classes e recursos que faz tudo parecer mais completo.
“Mas Kei, e o Patapon 3?”
Patapon 3 pega tudo do 2 e adiciona mais, mais recursos, mais classes e infelizmente mais grinding. Ainda é um jogo legal, mas mostra que algumas vezes menos é mais.
Ghost of Sparta é o segundo melhor jogo da franquia God of War. Se passando antes de God of War 2, contando uma aventura depois de Kratos se tornar deus mas antes dele querer chacinar o Olimpo. O que me faz coloca-lo como segundo melhor da franquia é o fato dele ser bem divertido como jogo e ter uma boa história para os padrões da franquia antes de 2018. Aqui é um dos momentos “Pré God of War 2018” onde Kratos é melhor desenvolvido e humanizado, e tem umas decisões interessantes.
Um dos motivos pelo qual o Kei comprou um PSP. O que você acha que acontece quando se anuncia um jogo de luta com movimentos espalhafatosos contendo o elenco da franquia de RPG favorita de um adolescente trocando porrada numa história muito idiota? Você faz o adolescente se desesperar pra ter esse jogo. Dissidia Final Fantasy foi o responsável por várias noites viradas e competição em eventos de anime. Contudo, eu sei que se revisitar esse jogo provavelmente ele não estaria no meu top 5, mas ainda foi responsável por muitos sentimentos e tem mecânicas interessantes até hoje.
Half-Minute Hero é um jogo com conceito simples e com texto engraçadinho e bem executado. De fato, tão bem executado que está em terceira posição entre os melhores jogos de PSP. A ideia aqui é que o mundo vai ser destruído em 30 segundos e você, herói, terá que grindar nesse meio tempo para destruir o vilão e salvar o mundo.
Não, o jogo não dura só 30 segundos. Ele é composto por várias fases onde você tem que percorrer pelo mapa, resolver quests, subir níveis, comprar bons equipamentos o mais rápido possível. Durante as cidades o tempo para e você pode pagar para a deusa (cada vez mais) resetar a contagem de 30 segundos. Na prática cada partida vai demorar entre 3 a 10 minutos.
O jogo possui várias campanhas com histórias simples porém carismáticas, e cada uma com uma gameplay diferente. Primeiramente você joga com o herói, no qual a gameplay se assemelha a um RPG normal. Em seguida você tem a campanha do Lorde maligno que se assemelha a um Action RPG. Logo depois você tem a campanha da princesa, que se assemelha a um shoot’n up. Por fim, você tem a campanha de um cavaleiro no qual precisa proteger um sacerdote de ser atacado até o tempo acabar.
No fim de tudo as campanhas se juntam pra um final verdadeiro. O jogo é divertido até o fim e possui bastante conteúdo para se engajar.
Novamente um jogo simples e engraçadinho que se da bem por ser ótimo em sua execução. Prinny: Can i Really Be The Hero? é um plataforma masocore em seu melhor. Você é um Prinny, a criatura mais fraca, patética e deplorável de todo submundo escravo de uma pessoa folgada que te jogou numa jornada épica para ter um pudim. O jogo é de plataforma e você começa com 1000 vidas, tendo essa quantia do início ao fim. Você é extremamente frágil e morre em qualquer golpe e o jogo é absurdamente difícil (você VAI gastar boa parte dessas 1000 vidas). Mas o design dele é justo e engajante o suficiente pra nunca ser uma frustração real.
Com dedicação é possível terminar o game tranquilamente e sem muito stress, não é atoa que colocamos ele entre o segundo nos melhores jogos de PSP.
Vou começar sendo sincero: esta não é a melhor versão de Persona 3. Afinal, as limitações do PSP cortaram cutscenes e uma exploração mais livre, que são importantes para a imersão do jogo. Contudo, ele adiciona uma campanha com uma versão feminina do protagonista que muda alguns aspectos e é muito bem vinda e é uma versão acessível, e toda maneira de jogar Persona 3 é válida, tornando impossível não incluir ele nos melhores jogos de PSP. Persona 3 é um dos melhores RPGs que já joguei, com excelente história e personagens. Faça um favor a si mesmo e jogue Persona 3
Acabou faltando alguns jogos que poderiam estar nesta lista, como Kingdom Hearts Birth by Sleep ou Rattatouile, o jogo favorito da Ana Maria Braga. Mas listas pessoais são isso, uma seleção que provavelmente você discorda e dependendo pode até lhe ofender, pois diz muito sobre um indivíduo que não é você.
Mas diga lá, você concorda? discorda? ficou feliz com essa lista?
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