Eu sei que Outer Wilds é um jogo de 2019 e mesmo que eu tenha jogado apenas em 2021, isso não me da o direito de colocar ele como jogo do ano. Entretanto, a sua DLC, Echoes of the Eye chegou em 2021, e mesmo sendo “apenas” um novo conteúdo para um jogo já existente, ela é tão imensa, bonita e inteligente que sem duvidas, se tornou o meu jogo do ano.
Echoes of the Eye é uma adição interessante, por algum motivo, o satélite espacial, que garante que o jogador tenha um mapa do sistema solar, encontrou um objeto desconhecido, uma enorme sombra no sol. Uma descoberta que não apenas aumenta o jogo, como nos apresenta uma nova raça, um novo local e mecânicas muito bem construídas sem a adição de novos verbos.
Para quem não sabe, Outer Wilds é um jogo de exploração espacial com loop temporal. Sem dar muitos spoilers, já que descobrir tudo por conta própria é a ideia do jogo, em Outer Wilds você é um novo astronauta da sua vila e viaja pelos planetas do seu sistema solar para finalmente traduzir as mensagens de uma antiga e extinta raça alienígena.
A DLC, Echoes of The Eye acontece no meio disso tudo e não é uma “nova campanha”, é realmente mais conteúdo para a narrativa geral do jogo e chega até acrescentar no final. Tudo isso sendo desenvolvido em um ambiente compacto que dá muita força a tudo o que foi construído no game.
Com esse ambiente diminuto, os desenvolvedores puderam ser muito mais inteligentes com os puzzles ao mesmo tempo que conseguiram criar visuais ainda mais impressionante. Tudo isso sem perder um pingo do que já excelente na versão “vanilla”. A exploração é excelente e mesmo que agora não tenhamos que descobrir como passar de algo em um planeta, explorando outro, nada foi perdido.
É complicado até mesmo explicar como esse novo “mundo” funciona, pois parte da experiencia é descobrir, mas acredite em mim, ele é especial. Andar por esse mundo, que brinca muito com ideias de luz e escuridão não apenas te faz jogar de uma maneira levemente diferente, como também consegue ter uma nova mensagem, tão bonita quanto o da campanha original que complementa a narrativa como um todo.
A maneira que ele brinca com as mecânicas já existentes também é muito bom. Os desenvolvedores claramente se esforçaram para utilizar mais dos verbos com menos funções antes da DLC. Dessa forma, lanterna e até mesmo mecânicas de morte são utilizadas de uma maneira própria.
Outer Wild Echoes of the Eye pode ser apenas mais conteúdo para um jogo excelente, mas tem tanta adição, conteúdo e ideias a nível de perfeição que fica realmente complicado de não olhar para ela como algo único, mesmo que ela mesma não queira ser vista dessa forma.
A maneira que a Mobius Digital conseguiu, novamente, brincar com o grandioso e virtual relógio espacial que é Outer Wilds, em Echoes of the Eye é tão impressionante quanto na primeira vez que se joga o jogo sem DLC. A adição de terror, as descobertas e como os puzzles funcionam, sem te dar alguma nova ação, apenas ensinando e te gratificando por explorar e querer entender mais é gostoso e até mesmo emocionante.
Por fim, mesmo que 2021 tenha tido jogos excelentes, é impossível Outer Wild Echoes of the Eye não ser o meu jogo do ano. Só de lembrar do que a DLC é, e como ela é construída eu me emociono, não apenas por questão narrativa, mas pelo quão bem suas mecânicas e ideias são feitas de maneira praticamente perfeita.
Joguem Outer Wild, joguem Echoes of the Eye. Esse é facilmente um dos melhores jogos já feitos com um dos melhores conteúdos adicionais já feitos e por isso é o meu jogo de 2021.