Preview de Early Access: Ender Magnolia: Bloom in the Mist

Por Jean Kei

Ender Magnolia: Bloom in the Mist é um jogo que se passa décadas depois de seu predecessor: Ender Lilies Quietus of the Knight. O acesso antecipado do jogo foi liberado agora em março, dando um gosto das primeiras horas de jogo e do direcionamento que o jogo quer tomar.

Antes de mais nada, vale lembrar que produtos em estado de acesso antecipado não necessariamente condizem com o resultado final. Ender Lilies, pelo que pesquisei inclusive, se beneficiou muito de ter tido um acesso antecipado e ter pegado bons feedbacks para o jogo final. Logo, nada do que eu disser aqui é necessariamente definitivo.

Dito isso eu gostei do que vi

Ender Magnolia segue bastante a linha do primeiro jogo: um Metroidvania com ambientação melancólica. Ele segue a mesma estrutura de você estar no controle de uma garota frágil que controla seres para servirem de ataque. A diferença que enxergo é que, pelas primeiras horas, senti uma atenção maior na narrativa. Durante esse começo o jogo me explicou um pouco sobre o país dos vapores, seus habitantes e a tragédia que a rodeia.

No jogo controlamos Lilac, uma garota que desperta em um laboratório e possui o poder de sintonizar com homúnculos, criaturas artificiais feitas para diversos tipos de trabalho. Ao contrário do primeiro jogo, que possuía uma estética mais puxada para uma fantasia medieval, aqui temos uma fantasia Steampunk. Na história do jogo, um vapor misterioso tomou a cidade e com ele os homúnculos enlouqueceram, causando a destruição de tudo. Lilac, ao sintonizar com um Homúnculo que pode salvar sua mente, toma para si a missão de salvar todos os homúnculos.

Apesar de ter uma estrutura narrativa bem semelhante ao primeiro, consegui enxergar Lilac, pelo menos nesse começo, como uma personagem com tons diferentes. Em contrapartida da protagonista anterior, ela me parece uma protagonista menos frágil e um pouco mais ativa. Ela ainda é uma criança e você ainda enxergará fragilidade nela. Contudo, seus movimentos são de alguém mais preparado.

Pessoas lembram bastante de como a protagonista esquiva no jogo anterior dando um “peixinho”, e se movimenta como alguém claramente não treinado. Aqui optaram por uma movimentação diferente, que acaba gerando uma personalidade distinta.

Apesar de desafiador, não diria que o jogo está difícil

Você toma bastante dano em cada golpe no jogo e, se bobear, pode morrer em três ataques facilmente. Porém não me intimidei demais com a apresentação difícil e danos altos, pois senti que os golpes dos inimigos eram previsíveis o suficiente para evitar com uma certa facilidade e possuía recursos de cura o suficiente entre checkpoints enquanto explorava.

Os chefes davam um trabalho mas seguiam essa mesma lógica, prestando atenção era fácil prever seus movimentos e derrotá-los. No fim, até o ponto que o jogo está disponível, ele é um jogo que me requer atenção o tempo todo e nunca me deixa “explorar no automático”. Mas no momento em que estou dando sua devida atenção ele é mais suave do que parece na dificuldade.

No fim das contas, a impressão é que esse jogo é uma expansão do anterior

Ender Magnolia não quer inovar e nem se diferenciar demais do primeiro, ele apenas viu que com a estrutura do original seria possível trabalhar mais com aquilo e assim o fez.

E isso não é algo ruim. O jogo está apresentando um ótimo trabalho quanto sua atmosfera entre o belo e o trágico no mundo e quer contar uma historia parecida, mas em outros contextos. E, até o momento, essa história está sendo bem vinda.