Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge
Após o sucesso de Road 96, a Digixart retorna com Mile 0, jogo que se passa antes dos acontecimentos do primeiro jogo. Tive a oportunidade de jogar o preview do jogo e conto um pouco sobre ele.
Nós recebemos Road 96 para review, que você pode conferir para se familiarizar com a história do jogo, clicando aqui.
Diferente do primeiro jogo, onde jogamos com adolescentes anônimos tentando fugir de Petria, Mile 0 inicia focando em Zoe, uma das principais personagens do primeiro jogo.
Ela é filha do Ministro de Energia de Petria e, portanto, vive na região mais nobre do país. Kaito, por outro lado, é filho de trabalhadores comuns. Apesar as diferenças sociais, os dois mantém uma amizade bastante próxima.
O jogo apresenta uma Zoe mais imatura e ainda em dúvidas sobre seus valores. Ela ainda está longe de ser aquela adolescente que fugiu de casa em busca de uma nova vida fora desse país comandado por um governo autoritário.
O objetivo de Mile 0 é mostrar o desenvolvimento de Zoe e por qual motivo ela decidiu fugir de casa, ao mesmo tempo que coloca em conflito dois amigos com opiniões bastante divergentes sobre o país e sua política.
Nesse breve preview, já foi necessário fazer escolhas que terão impacto em algum momento futuro do jogo, bem como vão moldando o pensamento político e ideológico de Zoe. Estou curioso para saber como isso vai se desenvolver, já que joguei o primeiro jogo e sei exatamente o que irá acontecer alguns meses depois dos eventos de Mile 0.
Dito isto, é importante que você tenha jogado Road 96, já que desde o início de Mile 0 são apresentados personagens e eventos que influenciam na história do jogo seguinte e que não são reapresentados ou explicados nesse jogo.
Road 96: Mile 0 mantém a mesma direção de arte do primeiro jogo, com uma estética mais voltada para gráficos cartunizados. Notei algumas melhorias em efeitos visuais, exigidos principalmente nos segmentos musicais introduzidos no jogo.
Esses segmentos musicais são fases de plataforma rítmica bastante inspirados em Sayonara Wild Hearts. Esses segmentos em Mile 0 são experiências surrealistas e psicodélicas que achei bastante divertidas e contam com excelentes trilhas sonoras.
Logo no preview já é apresentada uma música do The Offspring, por exemplo. Eu amo essa banda, então foi uma grata surpresa jogar uma fase ouvindo uma música deles.
Outra diferença que notei foi a ausência das barras de energia e do dinheiro, que no primeiro jogo servem para que você consiga calcular se terá dinheiro e condições físicas o suficiente para atravessar a fronteira para fora de Petria. Como o jogo é ambientado antes da fuga de Zoe, faz bastante sentido não existirem essas mecânicas. Além disso, Zoe é rica né.
Tirando essas diferenças, Mile 0 mantém suas principais mecânicas de conversar com pessoas, fazer escolhas que terão impacto no futuro, explorar e encontrar segredos e colecionáveis, destruir e pichar propagandas do governo (ou restaurá-las se você for pró-governo), etc.
O preview apresenta o primeiro ato do jogo e dá uma ideia da proposta dele. Eu senti que para quem gostou do primeiro jogo, vale a pena conferir para entender em qual contexto Petria se tornou esse país autoritário e em qual momento Zoe começou a questionar seus valores.
Para aqueles que nunca jogaram Road 96, eu sinto que ele deixará o jogador bastante perdido. Então volto a recomendar que você jogue ele primeiro e depois jogue o Mile 0.
Road 96 foi um jogo bastante interessante, apesar de alguns problemas que apontei no meu review. Mas apesar disso foi uma experiência narrativa legal, com uma boa direção de arte e uma trilha sonora fantástica.
Mile 0 aparenta manter esses pontos positivos, além de trazer boas adições como as fases musicais. Tenho boas expectativas com ele e aguardo para conhecer mais de Zoe e seus conflitos pessoais que a levaram a fugir de casa e ser uma importante personagem de Road 96.
Road 96: Mile 0
Digixart, Ravenscourt
Digixart
PC