Crítica: Ratchet & Clank Rift Apart – Uma dimensão do Playstation 5

Escrito por Gabba Fernandes
Crítica


A série Ratchet and Clank tem suas origens no já saudoso Playstation 2, com o primeiro jogo lançado no ano em que o Brasil virou pentacampeão de futebol, 2002. Isso significa que a série tem suas bases em conceitos que já podem tirar carteira de motorista, o que normalmente se torna um teste para o time de desenvolvimento. Algo como renovar a CNH, para usar a mesma analogia com Ratchet & Clank Rift Apart.

Isso poderia ser um problema para o novo jogo, porém o time da Insomniac se adiantou com o soft reboot da série com a versão de PS4, nomeada apenas Ratchet & Clank, que inclusive foi dada aos usuários da PSN de graça meses atrás. O reboot da franquia tratou de aparar arestas de game design enquanto reanimava a franquia com ainda mais humor e um filme, lançado nos cinemas, para puxar a garotada.

Particularmente, tenho claras insatisfações com a versão de PS4, pois apesar da história muito divertida e criativa, com ares de desenhos animados atuais e com piadas com mais camadas do que precisaria (o que é excelente), a falta de resposta a dano, a confusão da câmera, e a terrível imprecisão nos momentos de trilhos me deixaram com um gosto amargo. Mas tudo isso melhorou com o lançamento de Ratchet & Clank Rift Apart, no Brasil “Ratchet e Clank Em Outra Dimensão”, a sequência para Playstation 5.

ratchet and clank rift apart

Como a estética e história não é bem Pixar, vamos dizer que esse é um jogo que lembra muito uma animação da Dreamworks ou da Illumination Entertainment, ou seja, o melhor que a animação pode promover em tecnologia e roteiro atualmente. A direção de arte e os diálogos mais descolados e afiados dão o tom de uma ópera galática muito aventuresca, com o começo quando o Dr. Nefarious rouba o Dimensionador, o dispositivo feito por Clank de presente a Ratchet, com o objetivo de levá-lo a uma dimensão em que encontraria seus parentes Lombax. Com a confusão, dimensões começam a colidir e Ratchet e Clank se deparam com um cenário com Nefarious na condição de imperador, ou seja, o pior cenário possível.

Porém, nesse cenário que está a melhor personagem de toda a série até o momento, Rivet, basicamente a versão feminina de Ratchet, uma também-sozinha-em-sua-dimensão lombax, que faz parte da resistência contra o imperador tirano. Você alterna entre controlar os 2 personagens a base de cada missão/planeta que viaja, uma saída comum em jogos da geração passada. A vantagem de criar o jogo como exclusivo para Playstation 5 então vem nos detalhes muito bem colocados como cortar totalmente os loadings e diferenciação entre Cutscene e gameplay, dando a sensação de imersão em um filme mesmo. Graças ao SSD? Talvez, mas é de abrir um sorriso no rosto ver algo cinematográfico com uma pegada diferente, mostrando que as ferramentas do PS5 são sim um ambiente para explorar a criatividade dos desenvolvedores em sentido mais amplo.

rivet e clank conversando
Rivet, a nova personagem, rouba o holofote de Ratchet


Criativa também é a utilização do Dualsense. O feedback do gatilho é excelente e indica qual arma você está utilizando mesmo no meio dos combates caóticos. Todas as micro sensações te dão o “tell” necessário, de forma única, para seguir, aliado às animações mais leves, deixando o jogo mais responsivo. A única melhoria faltante em gameplay ainda é a câmera, por vezes em lugares que torna mais difícil a movimentação ou reduzindo a sensação de profundidade, atrapalhando alguns pulos. Isso tudo me faz querer agora uma versão com suporte ao novo controle no jogo anterior, pois é uma saída interessantíssima para a maioria dos problemas que encontrei.

Fora isso, as marcas tradicionais da série, como a criatividade nas armas para variar o combate e a pitada de backtracking entre planetas se mantém, fazendo com que a nova versão continue com a sua identidade. É Ratchet, e a Insomniac passou com um 10 no teste do tempo mencionado anteriormente.

Com seu visual caprichadíssimo e atenção aos detalhes onde eles realmente importam, Ratchet & Clank Rift Apart é o primeiro lampejo real de nova geração que a Sony coloca no mercado. Possuindo um equilíbrio interessante em inovações e familiaridade, é um belo jogo para quem busca uma quebra nos temas mais sombrios e sérios já frequentes nos exclusivos de Playstation, e uma boa pedida para quem já conseguiu por as mãos em um PS5.

Clique aqui e confira mais posts como esse

Nome do jogo:

Ratchet & Clank Rift Apart

Publisher:

Playstation

Desenvolvedora:

Insomniac Games

Plataformas Disponívies:

Playstation 5

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge