Saints Row é uma franquia que aos poucos foi ficando humor pastelão. Seus primeiros jogos eram bastante pé no chão e chegou em seu ápice do absurdo em 2015, com o jogo Saints Row: Gat out Hell. A série já havia aliens, super poderes, deus e o diabo envolvidos. Com ideias demais para ir pra frente, a franquia decidiu dar um passo para trás com um reboot. Agora Saints Row está um tanto mais pé no chão (porém nem tanto), ainda tem humor escrachado e absurdos, mas sem aliens e super poderes.
Meu maior medo com Saints Row era de achar o humor do jogo ruim, e essa é a melhor parte do jogo. Não que o jogo seja um gênio da comédia ou que ele me arrancava gargalhadas o tempo todo, mas tive poucos momentos de “cringe” e teve piadas que legitimamente me tiraram risadas.
Na história do jogo, você divide um apartamento com mais três pessoas e o quarteto precisa se virar para pagar aluguel todo mês. Todos vocês são uns fodidos que apesar de ter muito talento, trabalham em lugares ingratos e recebem muito mal, sendo obrigados a assaltar um banco quase todo mês para manter as contas em dia.
Após ser demitido depois de quase morrer no seu trabalho e gerar uma desavença com duas outras gangues, você e seus colegas decidem parar de trabalhar para os outros e serem chefes de si mesmos, criando uma startup… No caso, a startup é uma gangue que logo se tornará a maior organização criminosa da cidade.
Boa parcela do humor é baseado nos personagens tratarem a formação de gangue como uma startup e usar linguagem empreendedora para esquemas criminosos e violentos. Tal qual o jogo faz muitas piadas com o fato de você ser um psicopata assassino do caralho, constantemente você se jogará em situações envolvendo explosões e mortes exageradas, mas tudo num clima de humor e piadas.
O grupo é carismático o suficiente pra carregar a história e me deixou legitimamente interessado em saber até onde o jogo iria, que inclusive, não é muito longo.
Terminei o jogo fazendo mais ou menos metade do conteúdo dele, foquei muito pouco nas opções secundárias e mesmo assim sai do jogo cansado. Há muitas atividades repetidas que faz a experiência ficar um tanto cansativa e frustrante no fim das contas. Ao finalizar o jogo, pensei brevemente em jogar mais do conteúdo extra (que não é pouco) mas desanimei pouco tempo depois.
Joguei o jogo no Playstation 4, e ali sofri com bugs que não foram o suficiente para deixar a experiência intragável, porém frequentes o suficiente para me frustrar em diversos momentos. Meu personagem entrou pra debaixo do mapa e ficou em queda infinita, algumas vezes inimigos que deveria matar apareciam longe no mapa e quando ia até eles a missão falhava porque passei do limite demarcado pela missão, umas duas vezes a missão começou e meu personagem simplesmente não se movia, e teve uma vez que o modelo do personagem não carregou na cutscene e ficou invisível.
Provavelmente o jogo terá patches que farão esses bugs serem menos recorrentes para quem jogar depois do lançamento, mas fique o alerta que na época que joguei, ele estava bem suscetível a se quebrar no Playstation 4.
Saints Row é um jogo de mundo aberto que oferece muita customização, uma cidade com várias atividades e um mapa relativamente grande para explorar. Coisas que a dez anos atrás eram pontos chaves que ainda poderiam encantar os olhos. O sentimento de jogar esse jogo foi parecido com o sentimento que tive quando joguei Saints Row: the Third: Um jogo que me lembra muito GTA, mas com um humor mais pastelão e opções de customizações que faz o fator playground soar mais incrível. Mas Saints Row: the Third é um jogo de 2011, uma época pré GTA V e quando jogos de mundo aberto estavam bem menos saturados.
Se você quer algo leve, divertido e não se importa muito com repetições e missões infladas, Saints Row pode ser uma boa pedida para você.
Saints Row
Deep Silver
Volition
PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X
Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge