Suicide Squad: Kill The Justice League – Mais que tudo, um bom jogo

Escrito por Silvio Diaz
Crítica

Em uma enorme e gigantesca tsunami de problemas que vão muito além do jogo em si, Suicide Squad: Kill the Justice League foi e é extremamente mal visto, entretanto, ao jogar, encontramos algo que vai muito além do medíocre. Estamos falando de algo que merecia muito mais atenção: um bom jogo de tirinho.

Esquadrão Suicida como expectativa

A parte complicada de começar falando de Esquadrão Suicida é que toda a visão pública sobre ele tem motivo de existir do jeito que é. Os trailers não ajudavam, o fato de ser jogo serviço não ajuda e até mesmo a enorme quantidade de leaks da história do game o atrapalharam. É uma bola de neve de terríveis problemas no novo game desenvolvido pela Rocksteady, a criadora da amada série Arkham

Não obstante, estamos falando de um público que não sabe ter seu doce tirado das mãos. Um jogo cujo o título já entrega o grande ponto narrativo, matar a Liga da Justiça, ainda traz um grande problema que encheu o Twitter próximo ao lançamento do jogo: é sobre matar heróis. Não qualquer grupelho de heróis, é um jogo que o próprio título entrega quais são os inimigos, e sim, a ideia aqui é matar o Batman e todos os seus poderosos amigos . 

Junte tudo isso à decepção do novo jogo dos criadores do melhor game de heróis da história ser um GAAS de tiro em terceira pessoa, que além de serviço, é coop e dá para entender o problema. 

Entretanto, existe algo além de toda a impressão, o jogo em si.

Esquadrão Suicida como jogo

A questão é que Esquadrão Suicida é muito mais que um jogo de serviço. Ele pode não ser o que se esperava do estúdio, mas ainda é carregado das qualidades e atenções do que apresentaram em seus outros produtos.

Os personagens, mesmo que tenham seus ataques baseados em arma de fogo, conseguem ter movimentações e habilidades que separam cada um deles com velocidades e maneiras diferentes de atacar e se comportar. Tanto em combate quanto na travessia, a verticalidade de Esquadrão Suicida é seu ponto alto e conversa com cada pedaço do jogo. 

A própria movimentação pode ser um ponto divisivo, mas funciona de uma maneira curiosa. Ela é com certeza menos rápida do que inicialmente se esperaria, algo que fica claro nos momentos que precisamos percorrer longas distâncias. Porém, em combate, a movimentação funciona de maneira excelente e com a velocidade certa para se posicionar, atacar e não se perder na arena. 

Pular de prédios atirando em inimigos que estão em literalmente todas as direções, com diferentes tipos de armas e ataques, funciona muito bem com todos os personagens disponíveis. Algo que funciona em conjunto, já que também se mescla muito bem com o quão bom é atirar no jogo.

Atirar em Suicide Squad: Kill the Justice League é ótimo independente da arma. Claro que existem problemas, os status e bônus de cada uma delas funciona de maneira matemática e cheia de porcentagens. Entretanto, quando chegam em pontos de melhorias relevantes e habilidades únicas, é evidente o brilho que podem ter. São habilidades que podem até mesmo mudar estratégia do jogador e faz ele tentar encontrar outras maneiras de jogar com o mesmo personagem. Tudo isso se misturando às diversas ferramentas de combate.

Parry com tiro, ataque físico, diferentes granadas e os clássicos efeitos elementais comuns em jogos do tipo se juntam e funcionam de maneira muito melhor que em outros jogos serviços. O motivo é simples: todos são utilizados em cada parte do jogo.

Todos os elementos do jogo se conversam e são utilizados de maneiras diferentes. Critical Hits, por exemplo, poderiam ser apenas utilizados para ser mais uma variação de seu problemático estilo de bônus e status de armas, mas também se tornam mecânicas de missões que obrigam o jogador a acertar ataques específicos que são os únicos que vão dar dano no inimigo.

O mesmo ocorre com o parry, ataques melee, granadas e diversos pequenos elementos existentes em Suicide Squad que são utilizados de múltiplas maneiras com uma certa sutileza que é mais que o suficiente para tornar suas missões, estruturalmente parecidas, em diferentes maneiras de jogar. 

Mais que expectativa

Por fim, só consigo ver toda a situação de Suicide Squad como uma mistura de expectativas negativas e marketing terrível. É um jogo incrível? Claro que não, poucos são, mas é um bom jogo. Ele trabalha todas as suas mecânicas como deveria, tudo é bem polido e existe um claro esforço de tratar estruturas padrões e problemáticas de jogos de serviço em algo que funciona. 

Sua verticalidade o torna um jogo divertido e o quão bom é atirar e apenas destruir inimigos sem pensar muito funciona perfeitamente. Seria ótimo que os personagens jogáveis fossem mais únicos e que os status de armas e habilidades liberadas não fossem apenas um monte de números e porcentagem, mas isso não atrapalha o quão divertido é sair pulando por prédios, atirando e explodindo aliens em diferentes efeitos. 

Até mesmo da história do jogo funciona, obviamente que não é o foco, mas tem seus momentos engraçados e com boas piadinhas que ajudam no tom e na relação dos personagens. Inclusive, esses momentos são trabalhados com muito mais cuidado do que se esperaria enquanto joga.

Suicide Squad Kill The Justice League merece mais atenção, acerta onde muitos erram (estou olhando pra você Marvel’s Avengers) e consegue ir muito além de apenas um jogo de serviço. Ele é apenas um bom jogo e isso é mais que o suficiente para sua proposta.

Nome do jogo:

Suicide Squad: Kill The Justice League

Publisher:

Warner Bros. Games

Desenvolvedora:

Rocksteady Studios

Plataformas Disponívies:

PC, Playstation 5, Xbox Series S|X

Nota: 8

Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge