Ace Attorney é uma série que sempre tive muito carinho. Foi um dos primeiros jogos que joguei no Nintendo DS e até hoje acho que é uma das experiências obrigatórias para qualquer um que goste de um adventure game. The Great Ace Attorney é um spin off da franquia original, onde o protagonista é um antepassado de Phoenix Wright (Ryuchi Naruhodo, no nome original em japonês). A história se passa entre o final de 1800 e inicio de 1900, num japão que está se abrindo mais para o mundo e sendo influenciado pelo ocidente. O país está adotando um sistema legislativo como o britânico e o conceito de advogado é algo novo.
Neste cenário conhecemos Ryunosuke Naruhodo, estudante que se vê obrigado a defender a si mesmo de um crime. A corte é um local novo e tudo está começando agora, e é nesse ambiente que somos introduzidos ao jogo. Imediatamente já entendemos a personalidade de Naruhodo. É um garoto ingênuo e não muito seguro de si, mas que possui muito potencial. Durante o primeiro caso acompanhamos o protagonista perdido e começando a pegar gosto pela ideia de advogar, uma das mecânicas principais desse jogo.
Há duas mecânicas no jogo, quando ele parece um adventure point click mais tradicional, onde você coleta evidências e conversa com pessoas relacionadas a um caso no qual você irá advogar, e o jogo dentro da corte, que é o momento onde ele mais brilha. Exatamente como um Ace Attorney tradicional, mas com pequenas mudanças
Durante suas investigações, você encontrará Herlock Sholmes, um personagem que me faz rir em toda aparição dele. Sholmes é um detetive com um poder de observação sobrenatural, mas com as deduções mais erradas e absurdas possíveis. Cabe então a você fazer uma “dança” com Sholmes e corrigir as deduções dele. Por exemplo, Sholmes acha uma caixa suspeita e afirma que há uma serpente dentro, uma dedução errada no qual você deve corrigir apontando pra algum elemento no cenário que indique o que realmente há dentro da caixa.
Os diálogos e aparições de Herlock Sholmes são uma das coisas mais engraçadas do jogo e da uma dinâmica mais para a investigação, que antes era mais básico e monótomo.
Dentro da corte é, assim como os outros jogos a série, o momento mais divertido. Nele você discute o caso no qual você é o advogado de defesa e aponta evidências e argumentos para defender seu cliente. Tudo isso num estilo narrativo tratando a discussão como uma batalha épica. Haverá diversos efeitos exagerados, gritaria, frases de efeito e poses cômicas durante a discussão. Sempre que aparecia uma pose nova ou uma reação inusitada eu ria feito um imbecil. No geral os casos são bem divertidos e são melhores do que a média da trilogia original. Mas ainda sofrem com alguns momentos de enrolação ou frustração de já entender o que aconteceu no caso antes do próprio jogo.
Mesmo com estes probleminhas, ainda é sempre divertido terminar um caso e os personagens são carismáticos o suficiente para tudo valer a pena.
com certeza o que mais marca The Great Ace Attorney são seus personagens, onde a maioria são excêntricos e tem características bem únicas e cartunescas, e tudo funciona muito bem. Nenhum personagem parece fora do lugar e vários deles são bem marcantes e divertidos. De fato, The Great Ace Attorney é um jogo muito engraçado, e que sabe muito bem os momentos onde a comédia é deixada de lado para um drama sério.
Vale notar que os jogos foram lançados originalmente para o Nintendo 3DS, um hardware limitado. Como consequência disso The Great Ace Attorney tem diversas limitações. As animações são todas simples e o jogo não possui dublagem. Isso pode incomodar alguns, mas com o tempo é algo fácil de se acostumar e num geral o jogo se sustenta muito bem.
No fim, se você for fã de Adventure games e está atrás de uma narrativa carismática e única, vale a pena ficar de olho em The Great Ace Attorney
The Great Ace Attorney Chronicles
Capcom
PC, Playstation 4, Nintendo Switch
Esta crítica foi escrita usando uma key enviada para o Game Lodge