Zone of the Enders entrou para o meu backlog só por ter sido feito pelo Kojima. Depois de jogar e adorar Metal Gear 1,2 e 5 (3 e 4 ainda estão no backlog) eu fiquei curioso em como ele trabalharia outros jogos e Zone of the Enders parecia bem diferente. Entretanto, agora chegando no chefe final o remaster Mars, deixou claro que nem tudo o que Hideo Kojima faz, é genuinamente bom.
O game é extremamente rápido no combate, a mira seleciona automaticamente o inimigo, com o mesmo botão você ataca de perto ou atira de longe e apertando o R2 você tem um dodge e segurando o mech anda mais rápido. Além disso existem os combos que permitem dar golpes mais fortes e os que acertam o maior número de inimigos possíveis. Tirando defesa e armas secundárias, o combate se resume a dois botões: o quadrado e o R2.
Zone of the Enders não é sobre grandes combos, é sobre muitos inimigos em todos os ângulos. Graças a mira automática o jogador atira e fatia outros robôs que estão na horizontal e vertical, todos voando em suas próprias direções. Cada um com seu tipo de ataque e tiro diferente.
São nessas batalhas que o jogo brilha. O número de explosões, a gratificação de acabar com cada um dos robô com espada, tiro e armas secundárias junto de defender na hora certa são extremamente prazerosas. Nesses momentos é fácil se divertir e achar o jogo incrível, a questão é que mesmo com essa maravilhosa base, Zone of the Enders parece se forçar a ser chato.
Enquanto a câmera funciona perfeitamente em combate contra diversos inimigos, em momentos que é preciso se locomover elas apenas atrapalham. Diversas vezes ela mira em objetos ou armadilhas que o verdadeiro foco é ignorar. Graças a isso, acontece uma mudança brusca de visão e a própria movimentação do Mech é alterada, atrapalhando absurdamente as missões. É um problema que pode afetar até batalhas em grandes arenas, em Zone of the Enders, a ideia de se afastar do inimigo é completamente interrompida pois o tempo inteiro a mira está marcando alguém e mudando sua visão.
Mesmo as câmeras sendo um problema, o maior erro do game são os chefes. Enquanto o combate é ágil e divertido contra robôs pequenos, a grande maioria dos chefes é muito mais burocrático. Ao em vez de simplesmente obrigar o jogador a ser melhor, mais ágil e usar de maneira mais inteligente suas armas secundárias, o jogo parece sempre estar querendo criar barreiras para que o jogador consiga fazer o que o game dá de melhor, porradas de robô gigante.
Sendo assim, boa parte dos chefes exigem mecânicas sem graça. Entre eles existem os que requerem que o jogador pegue objetos para se defender, ou esperar avisos da parceira do protagonista para saber se é preciso defender ou desviar.
O último chefe por exemplo, é uma enorme burocracia em ter de esperar ele teleportar ou bater incontáveis nele até que teleporte para que o jogador consiga teleportar na mesma hora e aí sim dar 4,5 golpes nele. É simplesmente chato e consegue transformar luta ágil de robôs gigantes em algo entediante.
O pior é que Zone of The Enders 2: The Second Runners Mars começou me surpreendendo, as animações do jogo feito em anime, as primeiras batalhas frenéticas e até o que parecia uma história interessante, estava tudo lá e por algum motivo parece que foi jogado pro alto. Pelo menos posso eliminar Zone of the Enders como um todo do meu backlog e agora pude ver que nem tudo que Hideo Kojima cria, é ouro.
Este texto foi escrito em base de uma cópia cedida pela Konami na versão de Playstation 4
Zone of The Enders 2: The Second Runner Mars está disponível para Playstation 4 e PC com modo VR nas duas plataformas.